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O simples estalo provocado por uma revista sendo folheada trouxe um simbolismo curioso durante o discurso de Carla Mita, da Visa, na conferência de lançamento do Visa Global Report - Consumer Survey. Ela usava um dispositivo sonoro que tornava sua fala mais acessível e envolvente. Ainda que seu discurso tivesse momentos de grande conexão com o público, o verdadeiro destaque foi a clareza com que Mita reforçou uma premissa já conhecida, mas frequentemente negligenciada: mesmo com toda a tecnologia disponível, marketing ainda é – e sempre será – sobre pessoas.
Mas o que realmente nos posiciona no mercado atual? O que nos permite vencer os desafios complexos da realidade que enfrentamos hoje? Muitas vezes, a tecnologia, ao invés de facilitar, acaba tornando processos ainda mais complicados. Vivemos num mercado hipercompetitivo, com concorrentes à distância de um clique, no bolso de cada cliente, o tempo todo. O consumidor está mais informado, mas também mais estressado, com menos tempo e com uma vida muito mais fragmentada.
Diante disso, precisamos repensar profundamente nossas estratégias de marca. Não se trata apenas de inovar ou seguir tendências, mas de provocar uma transformação real de dentro para fora – algo que nos motive, nos toque e nos preocupe o suficiente para reagirmos. É necessário um novo conceito. Uma revolução silenciosa que nos leve ao renascimento da marca: mais relevante, mais humana, mais conectada.
Grande parte dos problemas enfrentados pelas marcas ainda hoje tem uma origem comum: o afastamento da realidade das pessoas. Falta escuta. Falta empatia. Falta entendimento genuíno do que os clientes precisam, esperam e valorizam. Isso gera uma série de falhas: percepção distorcida de preço, baixa confiança, rejeição a propostas, e até projetos que nem chegam a ser aprovados.
Outro ponto crítico é a relação com o feedback. Muitas empresas resistem às críticas, preferindo se alimentar apenas de retornos positivos. Mas os clientes não vão nos oferecer apenas elogios – e nem deveriam. O feedback negativo, embora desconfortável, é uma fonte riquíssima de aprendizado. A emoção negativa, inclusive, é frequentemente mais poderosa que a positiva. E se começássemos a encará-la como uma oportunidade de crescimento, criatividade e solução de problemas?
Olhar para a realidade com honestidade nos permite construir estratégias de marketing mais inteligentes e autênticas. E isso reflete diretamente na performance da marca.
Em resumo, a gestão emocional, o acolhimento dos problemas como desafios criativos, o uso da história como ferramenta estratégica, e a valorização do feedback (seja positivo ou negativo) se tornam elementos essenciais para construir diferenciais reais. O mercado já não aceita marcas indiferentes. Tornar-se relevante, único e necessário não é mais uma opção — é um imperativo. E isso, por si só, rompe com várias teorias ultrapassadas e padrões que não conversam mais com o presente.
