"Os Protagonistas Que Firam Em nós – Elio, Extermínio e mais!"
Publicado na sunday, 15 de june de 2025
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A pedra que nos ensina a caminhar não pede desculpas por não ser uma pedra preciosa. Ainda assim, ela permanece como sustento e guia para aqueles que se dedicam a ela. Somos os movimentos que ela gera, com ela, pelo caminho que aponta. Não podemos negar que o percurso é longo, e que essa pedra foi lapidada em certos momentos. Mas sua lei de respeito pela vida é tão clara quanto sua necessidade de libertar razões e confiança, para que cada passo nosso seja pleno de liberdade.
Esse é o espaço que Anya Taylor-Joy incorpora em sua pele — como uma espécie de antídoto ao artificial. Em sua trajetória, ela se posiciona como uma estrela de estreia que não precisa de um vestido preto para brilhar. Com o estilo de uma jovem que carrega consigo a liberdade até nos detalhes, ela se mostra preparada para enfrentar a amargura do mundo ao redor com uma alegria que parece ser aliada de um sorriso levemente inconformado.
É uma crítica ao desafio de ser adolescente em um mundo que ainda não aprendeu a absorver e respeitar as diferenças. E ela demonstra ser capaz de atravessar tudo isso sob o calor do sol, com uma toalha de banho que se adapta às cores do caminho que escolheu trilhar.
O esquecimento é um brinquedo que os adultos aprenderam a usar. É a escolha de não acreditar na transformação do outro, na alma do outro, numa fase que só poderia ser superada se houvesse empatia. Taylor-Joy atravessa esse esquecimento e o julgamento que carrega, especialmente por sua juventude — e é exatamente aí que o filme se revela sobre ela.
É semelhante ao que Elio (Timothée Chalamet) sente sobre si mesmo em sua infância — como se o olhar do espectador fosse guiado por uma galeria de imagens do passado, que se deseja ver com mais nitidez, mas que permanece difusa na memória.
Extermínio (Taylor Russell) é outra pedra no caminho. Ela poderia parecer um diamante, mas se mostra, em essência, um quartzo: firme, porém frágil. A menina é precisa, mas insegura. Carrega a simbologia das "letras" que Elio tenta decifrar, mas sua juventude ainda a envolve em certa inocência. Seu verdadeiro poder está apenas começando a surgir.
Ela chama a atenção do espectador como uma presença impossível de ser possuída — e, ao mesmo tempo, quase necessária de ser perseguida.
A história de sua infância é a pedra que nos ensina a caminhar por um caminho de tons profundos, que se alarga a cada passo. Extermínio carrega o azul do mar, o brilho da esperança e o desejo de salvação — mas o trajeto é o do inferno, pintado em tons de fogo. Taylor Russell expressa essa contradição: a de poder ser forte e amiga de Elio, ao mesmo tempo em que ele sente a necessidade de protegê-la de si mesmo. Ela é ponte entre dois infernos — e também o ponto em que esses caminhos se distanciam.
O caminho que aprendemos a trilhar parece, muitas vezes, apenas um lugar de passagem. Mas, ao longo dele, a pedra que nos guia, o sol que nos toca, e a água do banho que limpa nossas dores — todos deixam marcas em nós, em nossos corações.
São essas marcas que formam o legado. Um legado que oferecemos às próximas gerações para que sigam por seus próprios caminhos, mesmo sem saber o que encontrar. Porque sabemos que o amor, quando deixado em forma de trilha, tem o poder milagroso de tornar possível o continuar.